13.7.10

| ANGOLA | PARTE II | HOTEL NA ILHA DE LUANDA

Este artigo constitui a segunda parte de uma série de artigos sobre os trabalhos do atelier em Angola ao longo dos últimos anos.




A Ilha do Cabo lembra-nos as primeiras ocupações do território de Luanda. Até aos anos sessenta, ligado ao continente apenas por uma velha ponte de madeira, foi sempre um espaço com um estatuto especial na cidade. Local de passeio e lazer durante o último século, mantém ainda uma forte ligação ao Oceano Atlântico, com as actividades piscatórias que ainda subsistem, com o clube náutico e a marina para embarcações de recreio e com a extensa praia, servida por modernos e elegantes espaços de restauração.

O Hotel da Ilha de Luanda localiza-se no primeiro troço da língua de areia e está virado para o lado oceânico (a Sul), beneficiando da proximidade às melhores praias da Ilha.

O edifício com sete pisos acima do solo e um em cave, projecta-se para o areal, assente em pilares de forma a permitir as ligações viárias e a respectiva entrada no Hotel.

A unidade hoteleira, pela sua localização e características, permitirá uma utilização mista de negócios e recreio. Desenvolvemos um conjunto de quartos standard para o utilizador comum e os quartos executivos, com um espaço de escritório para ocupações mais especializadas, para além de um grupo de suites com uma vista privilegiada sobre o mar.


As referências que utilizámos no conceito são várias e dispersas, o volume parcialmente elevado sobre “pilotis” evoca-nos as construções junto às linhas de água e o desenho proposto respeita a tradição da arquitectura modernista, tão presente na cidade de Luanda.


Kianda o espírito da água, na mitologia angolana, anda por perto e recorda-nos a relação intensa entre o homem e o mar, repleta de histórias tão trágicas como épicas. A relação da grande metrópole que é hoje Luanda com o oceano, embora mais sofisticada, mantém esse impulso ancestral que leva à conquista mar adentro.


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